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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Pessoas que me divugaram

Mario Malzoni

Eduardo Sergio

Fanuel Bringel

Lívia Karynne

Isabela Fechine

Thaylan Geraldo
http://tgbezerra.blogspot.com/2011/05/visite-tambem-o-trabalho-de-meus.html

10º FICHAMENTO


Políticas públicas para o livro, leitura e biblioteca

Flávia Goullart Mota Garcia RosaI; Nanci OddoneII


“O artigo passa em revista as políticas públicas nacionais para o livro, a leitura e as bibliotecas. Recupera seus antecedentes históricos, discute sua situação atual e analisa suas perspectivas. Descreve os programas governamentais mais recentes, apontando as contradições e desigualdades que os caracterizam.”

“O Brasil tem a maior produção editorial da América Latina e é responsável por mais da metade dos livros editados no continente (LINDOSO, 2004). Com uma indústria editorial bem–sucedida, apesar de uma trajetória que se iniciou tardiamente no século XIX, chegou–se ao novo milênio vendo consolidada essa indústria, notadamente no que diz respeito à qualidade gráfico–editorial.”

“Convivendo com outros meios eletrônicos de armazenamento e acesso à informação, o conhecimento que circula na sociedade ainda tem no livro o seu principal meio e nas bibliotecas o local para a guarda do acervo e da memória de um povo.”

“Quanto aos estudantes do 3º grau, a maioria ingressa na universidade sem habilidades leitoras amadurecidas. Isso fica mais acentuado na cultura de pré–vestibular, já que o ensino médio tem se voltado quase exclusivamente para facilitar o acesso à universidade.”

“Um fato a ser considerado é o baixo poder aquisitivo da população e o consequente obstáculo à aquisição de bens culturais, que contribui para que o livro seja tido como artigo de luxo.”

“A falta de continuidade dessas políticas e o pouco envolvimento da sociedade civil e demais atores sociais contribuíram para que o país chegasse ao século XXI com uma média de leitura por ano equivalente a 1,8 livro por habitante, segundo dados da CBL.”

“Uma política pública reflete a vontade de diferentes setores da sociedade em avançar para uma determinada direção e representa uma articulação coerente de medidas para transformar uma situação.”

“Considerando o quadro político, econômico e cultural daquele período, as ações do INL não devem ser tomadas apenas nos seus pontos negativos. Sua contribuição para o desenvolvimento da biblioteca pública no Brasil foi expressiva, bem como no desenvolvimento da biblioteconomia para a formação de recursos humanos especializados.”

“Nas suas disposições preliminares, a Lei Rouanet avança em relação às práticas intervencionistas do Estado na produção cultural e prevê a promoção da regionalização da produção cultural, o livre acesso às fontes de cultura, a valorização das manifestações culturais e de seus criadores, a preservação dos bens materiais e imateriais do patrimônio cultural e histórico brasileiro; o estímulo à produção e difusão de bens culturais de valor universal formadores e informadores de conhecimento, cultura e memória e prioridade ao produto cultural nacional. Bastante abrangente nas suas disposições, cita especificamente projetos na área editorial no Capítulo III, quando se refere ao uso do Fundo de Investimento Cultural e Artístico.”

“No primeiro eixo democratização do acesso, contém uma referência à "melhoria do acesso ao livro e a outras formas de cultura letrada" e incorporação e uso de novas tecnologias"

“A contrapartida dos empresários do livro à desoneração fiscal é oferecer "espontaneamente" 1% sobre o resultado da venda de livros para criar o Fundo Pró–Leitura”

“Os primeiros recursos do Fundo foram utilizados em uma campanha de incentivo à leitura, com a participação em caráter voluntário dos atores "globais" Reynaldo Gianecchini e Cleo Pires.”

“A Câmara Setorial do Livro e Leitura é composta por 26 membros, desde representante dos Ministérios da Cultura e da Educação, como das diversas entidades do segmento livreiro, dos escritores, dos bibliotecários, além de representantes das cinco regiões do país.”

“A acentuada centralização da participação de um grupo de editores no PNLD coloca em questão as perspectivas de descentralização do programa.”

“As discussões em favor de políticas nacionais de leitura, como foi visto, acontecem há alguns anos. Em 1992, por exemplo, foi realizada no Rio de Janeiro, promovida pelo Cerlalc e a Fundação Biblioteca Nacional, a Reunião Internacional de Políticas Nacionais de Leitura para América Latina e Caribe.”


9º FICHAMENTO


A revolução da biotecnologia: questões da sociabilidade

Valério Igor P. Victorino

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20702000000200010&lng=pt&nrm=iso

“O autor procura levantar uma série de questões relacionadas ao avanço acelerado da biotecnologia e aos paradigmas que fundamentam tal avanço, como o determinismo genético.”

“Durante quase todo o séc. XX a física foi considerada a mais poderosa das ciências. No final deste mesmo século a biologia assume esse caráter.”

“Nesse intenso debate que começa a se projetar na vida cotidiana, para fora das academias, dos gabinetes políticos e das sedes das grandes corporações, momento quando Dolly não mais representa uma atriz de mamas grandes de Hollywood e quando a terapia genética e a alimentação com vegetais geneticamente modificados já são realidade , cabe perguntar pelos fundamentos lógicos que delimitam os alvos teóricos/práticos, as hipóteses e os resultados das modernas pesquisas genéticas; cabe perguntar sobre os valores éticos e culturais que orientam tais pesquisas e, sobretudo, os impactos objetivos pela difusão da biotecnologia.”

“O ácido desoxirribonucléico ou DNA (material genético) representa uma longa cadeia formada por milhares de genes, que nos seres humanos chega a 100 mil. O gene é o segmento do DNA que codifica informação suficiente para as células ordenarem os aminoácidos corretamente em cada proteína (elemento fundamental para a estrutura e reações metabólicas) produzida pelo organismo.”

“A engenharia genética originou-se na década de 1970, a partir de várias técnicas: 1) seqüenciamento de DNA: permite determinar a seqüência de bases orgânicas em qualquer trecho do DNA; 2) DNA recombinante: permite a transferência de genes de um local para outro; 3) síntese química do DNA em qualquer seqüência desejada; 4) Polymerase Chain Reaction (PCR): descoberta em 1988, permite que uma específica seqüência genética seja duplicada (cf. Ho, 1997, p. 30).”

“A posse do conhecimento exato da estrutura genética, a crença no determinismo genético e o domínio da tecnologia de recombinação de genes permitirá a escolha consciente das características hereditárias dos organismos vivos, inclusive dos seres humanos. Ficção científica? Exemplos não faltam do desenvolvimento avançado e acelerado da biotecnologia6.”

“A firmeza da propositura dos biólogos de que o "nosso destino está nos nossos genes" (Watson apud Ho, 1997, p. 33) leva a crer que em poucas décadas seremos capazes de "alterar a natureza biológica da espécie humana em qualquer direção desejada ou deixá-la seguir seu curso. Em ambos os casos, a evolução genética deverá tornar-se consciente e volitiva, introduzindo uma nova era na história da vida”

“Em outra perspectiva podemos questionar: a lógica que orienta a biotecnologia tenderia a tornar-se preponderante e colonizar todas as outras lógicas da modernidade? Sendo preponderante tal lógica seria legítimo reivindicar a totalidade das atividades sociais como sendo campo de experimentação?”

“As ciências naturais parecem avançar com mais certeza do que nunca no sentido do desvendamento objetivo do mundo. Os teóricos da moderna biolologia têm expectativas bastante elevadas. Supondo-se que as esperanças de decompor completamente uma célula humana, rastreando os processos e modelando precisamente o sistema total das moléculas, sejam realizadas; e que se obtenha o mesmo sucesso no que se refere aos tecidos e órgãos, então "o cenário estará armado para o ataque final aos sistemas ainda mais complexos da mente e do comportamento. Eles são, afinal, produtos dos mesmos tipos de moléculas, tecidos e órgãos”

“Como parte da coevolução gene-cultura, a cultura é reconstruída a cada geração coletivamente na mente dos indivíduos.”

“A natureza da corrente genética e o papel da cultura podem agora ser melhor compreendidos nos seguintes termos.”

“A interação das regras epigenéticas com o ambiente físico e os padrões culturais preexistentes ajuda a "determinar quais dos genes prescritivos sobrevivem e se multiplicam de uma geração à próxima. Novos genes bem sucedidos alteram as regras epigenéticas da população.”

“O estudo sistematizado da vida social é relativamente recente na história das ciências. Não é por outro motivo que o estatuto epistemológico das ciências sociais tenha sido, desde seu início, construído com base nas ciências naturais. O comportamento social humano deveria ser investigado com o mesmo espírito objetivo que o biólogo, o físico e o químico empregam em suas observações”

“A importância do contato entre as ciências é evidente. Não obstante, pelo lado das ciências sociais, não basta apenas estudar a "science in the making" avaliando que o conhecimento científico é apenas mais uma forma de interpretar a realidade, tão válida quanto qualquer outra. Pelo lado da biologia é presunçoso o esquema fundacional e hierarquizante das ciências, que dissolve e subordina a identidade das ciências sociais.”

8º FICHAMENTO

Atenção aos defeitos congênitos no Brasil: panorama atual

Dafne Dain Gandelman Horovitz et. Al

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2005000400008&lng=pt&nrm=iso

“O impacto dos defeitos congênitos no Brasil vem aumentando progressivamente, tendo passado da quinta para a segunda causa dos óbitos em menores de um ano entre 1980 e 2000, apontando para a necessidade de estratégias específicas na política de saúde.”

“Os defeitos congênitos vêm apresentando relevância crescente como causa de sofrimento e prejuízos à saúde da população.”

“Estudos indicam que a incidência geral dos defeitos congênitos na América Latina não difere, significativamente, daquela encontrada em outras regiões do mundo 3. De modo geral, pode-se considerar que não menos de 5,0% dos nascidos vivos apresentam alguma anomalia do desenvolvimento, determinada, total ou parcialmente, por fatores genéticos. Acrescentando-se os distúrbios que se manifestam mais tarde, como certas enfermidades crônicas degenerativas, é ainda mais evidente o considerável efeito que têm os fatores genéticos sobre a saúde”

“Diante do exposto sobre os defeitos congênitos, tivemos como objetivo determinar a relevância desses no Brasil, mapeando estratégias já implementadas para sua abordagem. Apenas após a obtenção de tais dados, caso definido que se trata de problema significativo, poderá ser estruturada política pública na área.”

“Finalmente, com o objetivo de localizar outras ações relacionadas aos defeitos congênitos no Brasil, foram utilizadas informações obtidas através de um questionário fechado enviado aos serviços de genética médica brasileiros 7, notadamente aquelas relacionadas a linhas de pesquisa/projetos extramurais.”

“A mortalidade infantil é um importante indicador de saúde de um país ou comunidade, por estar associado a fatores como saúde materna, qualidade e acesso a serviços de saúde, condições sócio-econômicas e práticas de saúde pública.”

Também, no Brasil, em hospitais de referência, as malformações congênitas assumem papel importante na morbidade e mortalidade. “

“Através dos dados computados pelo MS, no banco de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade, pode ser observada a evolução das causas de mortalidade infantil desde 1980. A Figura 1 apresenta graficamente a evolução da mortalidade proporcional entre os menores de um ano nos cinco principais grupos de causa de óbito entre os anos de 1980 e 2000 no Brasil.”

“O ECLAMC existe desde 1967 e é reconhecido como centro colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a prevenção das malformações congênitas.”

“Define-se como agente teratogênico qualquer substância, organismo, agente físico ou estado de deficiência que, estando presente durante a vida embrionária ou fetal, produz uma alteração na estrutura ou função da descendência.”

“O PNTN considera que as doenças a serem triadas devem seguir como critérios o fato de não apresentarem manifestações clínicas precoces, permitirem a detecção precoce por meio de testes seguros e confiáveis, serem amenizáveis mediante tratamento, serem passíveis de administração em programas com logística definida e terem uma relação custo benefício economicamente viável e socialmente aceitável”

“A doença de Gaucher é uma doença metabólica hereditária, que compromete o metabolismo dos lipídeos; suas principais manifestações são o aumento do fígado e baço, alterações hematológicas e lesões ósseas. O tratamento de reposição enzimática foi introduzido na prática clínica na década de 1990.”

“O vírus da rubéola é altamente teratogênico, podendo levar a óbito intra-uterino e malformações fetais, sendo a prevenção da síndrome da rubéola congênita a principal finalidade da vacinação contra rubéola”
“A partir de janeiro de 2000, a Declaração de Recém-nascido Vivo (DN) – documento oficial emitido pelas maternidades, sem o qual os pais não podem realizar o registro civil – conta com um novo campo de preenchimento, o Campo 34”

“Apesar do enorme progresso registrado durante a última década nos métodos de diagnóstico, prevenção e tratamento das enfermidades genéticas, uma abordagem racional para a questão dos defeitos congênitos dependeria menos de tecnologia e mais de planejamento.”

“Conforme já mostrado, o processo de entrada na agenda da questão dos defeitos congênitos vem ocorrendo de forma lenta e tímida.”

“As ações de saúde em matéria de genética não diferem conceitualmente do resto das ações de saúde e compreendem os diversos aspectos de diagnóstico, prevenção e tratamento das enfermidades de origem genética e dos defeitos congênitos.”

“Deve-se considerar que esses centros já estruturados deveriam formar a coluna vertebral de qualquer plano organizado que decida pôr em prática medidas de diagnóstico, prevenção e tratamento das enfermidades genéticas no âmbito comunitário”

7º FICHAMENTO


Triagem neonatal: o que os pediatras deveriam saber

Letícia Lima Leão

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572008000500012&lng=pt&nrm=iso

“A triagem neonatal foi proposta pelo Dr. Robert Guthrie em 19631. O método proposto, e depois amplamente utilizado em todo o mundo, foi um ensaio de inibição bacteriana realizado em amostras de sangue seco, colhidas em papel–filtro, para detecção das concentrações de fenilalanina.”

“Posteriormente, várias outras doenças metabólicas, endócrinas, hematológicas e infecciosas foram acrescentadas ao painel de triagem. As doenças mais triadas em todo o mundo são: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, anemia falciforme e outras adrenal congênita, doença do xarope de bordo, deficiência de desidrogenase acil–coenzima A de cadeia média (MCAD) e tirosinemia”

“Triagem significa separação, escolha. Os testes de triagem neonatal não são diagnósticos. Eles separam a população de recém–nascidos em dois grupos: um constituído por aqueles que podem ter uma doença, outro por aqueles que não devem tê–la”

“A triagem neonatal nem sempre consegue seguir todos esses critérios, uma vez que o grupo de doenças é muito heterogêneo e estudos controlados randomizados são difíceis de executar, por serem algumas delas muito raras”

“A triagem neonatal não é a simples realização de testes para identificar concentrações de substâncias no sangue. É mais, também, que um sistema público que assegure que cada resultado esteja ligado a um determinado recém–nascido, o qual, subseqüentemente, receberá um teste diagnóstico e, se indicado, será encaminhado para o tratamento adequado.”

“O pediatra deve estar atento aos fatores que podem influenciar os resultados, como idade inadequada para coleta (recomenda–se entre 3 e 7 dias de vida no Brasil), prematuridade, dieta, transfusões e nutrição parenteral total”

“Também é necessário estar atento para a comunicação dos resultados negativos. Não se deve adotar a política de que a ausência de notícia significa boa notícia20. A realização da triagem cria expectativa na família e ela tem o direito de saber o resultado o mais rapidamente possível.”

“Estas características demonstram que a triagem neonatal é mais do que realizar testes laboratoriais. É um sistema complexo, e para o seu êxito é imprescindível a participação do sistema de saúde.”

“A triagem neonatal apresenta benefícios e riscos. Entre os benefícios está a detecção de doenças graves e tratáveis antes do aparecimento dos sintomas, prevenindo problemas como retardo mental, ou mesmo o óbito. Outro benefício é a identificação dos portadores de algumas doenças, possibilitando o aconselhamento genético e a reprodução consciente.”

“Da mesma forma que outros programas de triagem neonatal, a triagem expandida usando MS/MS não foi estabelecida a partir de estudos controlados que documentassem sua eficácia, mas em função de que a evolução das doenças metabólicas, sem diagnóstico precoce, é uniformemente ruim. Além disso, a tecnologia tornou–se disponível e economicamente viável, facilitando sua aplicação”
Na Europa, essa implantação vem sendo mais lenta. Em janeiro de 2007, sete países tinham expandido a sua triagem, sendo que a maioria deles a iniciou após 2004. Em alguns destes países, a triagem por MS/MS não abrangia todo o território. O número de doenças triadas por MS/MS era bem menor e variava de duas (fenilcetonúria e MCAD), na Grã–Bretanha e Suíça, até 20, na Áustria40. Essas diferenças em relação aos EUA devem–se a diferentes estimativas de riscos e benefícios.”

“Na Grã–Bretanha, foram criados dois grupos de avaliação tecnológica que chegaram a conclusões díspares: um grupo encontrou fortes razões para introduzir a triagem por MS/MS para um grande número de doenças, enquanto projeto piloto”

“As primeiras experiências de triagem neonatal começaram no Brasil na década de 1960, tendo sido o pediatra Prof. Benjamim Schmidt o seu introdutor44. A Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de São Paulo, sob sua direção, iniciou a triagem neonatal para fenilcetonúria em 1976 e, em 1980, foi adicionada a triagem para o hipotireoidismo congênito”

“Em maio de 2006, todos os estados brasileiros já haviam implantado a triagem neonatal para fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito, todos funcionando de acordo com os protocolos do PNTN. Dez estados estavam na fase II e três na fase III. A cobertura para hipotireoidismo congênito e fenilcetonúria era de aproximadamente 80%, o que corresponde a 2.497.291 recém–nascidos/ano44. No entanto, alguns estados já tinham cobertura acima de 95% para as quatro doenças”

“No Paraná, já está sendo oferecida a triagem para a deficiência de biotinidase dentro do Programa de Triagem Neonatal vinculado ao PNTN e, em Minas Gerais, no Programa Estadual de Triagem Neonatal está em andamento um projeto piloto com esta doença (experiência pessoal).”

“O debate sobre a triagem neonatal, especialmente sobre a triagem ampliada por MS/MS, envolve diversos aspectos éticos que necessitam ser do conhecimento do pediatra.”

“Em seu início, a triagem neonatal, pelos benefícios propiciados aos recém–nascidos afetados, era compulsória. Atualmente, evoluiu–se para reconhecer o direito dos pais a recusá–la totalmente ou para alguma doença específica. Motivos culturais e religiosos justificariam essa decisão. Assim, é reconhecida a necessidade de os pais serem informados previamente à coleta e serem explicados sobre seus benefícios e riscos, sendo preconizada a utilização do termo de consentimento livre e esclarecido”

“Argumenta–se, em favor da triagem ampliada, o baixo custo da adição de um número significativo de doenças”

“A triagem neonatal é o maior programa de saúde pública ligado à genética em todo o mundo. Trata–se de um sistema de cinco etapas, geralmente conduzido pelo sistema público de saúde. Embora o pediatra ocupe um lugar proeminente, o seu conhecimento das doenças triadas, do tratamento e do prognóstico é pequeno.”

6º FICHAMENTO


Gestão do conhecimento científico: proposta de um modelo conceitual com base em processos de comunicação científica.

Fernando César Lima LeiteI; Sely Maria de Souza CostaII


“A gestão do conhecimento tem se desenvolvido no ambiente das organizações empresariais e tem suas pesquisas e aplicações voltadas para a perspectiva do conhecimento organizacional.”

“Iniciativas de gestão do conhecimento devem necessariamente considerar as características do ambiente no qual são implementadas.”

“Este artigo apresenta resultados de pesquisa teórica que teve por objetivo propor um modelo conceitual de gestão do conhecimento científico considerando o contexto do ambiente acadêmico e suas particularidades.”

“O referencial teórico explicita as relações entre os elementos que, com base em análise crítica da literatura, foram identificados como importantes para a construção do modelo conceitual de gestão do conhecimento científico.”

“Dessa maneira, no contexto das instituições acadêmicas e das comunidades científicas, a criação do conhecimento não pode prescindir da comunicação científica.”

“Pesquisadores dedicados ao estudo da comunicação científica geralmente dividem os canais de comunicação científica em formais e informais.”

“Os colégios invisíveis podem ser entendidos como uma rede de interações informais entre os membros de uma mesma área de atividade científica.”

“É importante destacar que o uso da Internet e de tecnologias emergentes no contexto da comunicação científica tem proporcionado e ampliado, ao longo do tempo, uma série de novas possibilidades e oportunidades de inovação nesse campo.”

“A partir da interação entre conhecimento científico explícito – o conhecimento científico registrado, a literatura científica – e o conhecimento científico tácito – aquilo que os pesquisadores sabem, aprenderam e é comunicado por meios impessoais, e não estruturados –, torna-se viável a criação de um novo conhecimento científico.”

“Essas características culturais estão relacionadas aos valores, pressupostos e crenças que são partilhados entre os indivíduos que vivem no ambiente e são reafirmados cotidianamente por estarem embrenhados em suas atividades e relações sociais.”

“Por essa razão, segundo o autor, são ensinados aos novos membros como sendo o modo correto de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas.”

“É importante destacar o entendimento dos autores sobre a relação entre a gestão do conhecimento e a gestão da informação. Com base na definição anterior, entende-se que a gestão do conhecimento engloba as práticas e metodologias de gestão da informação quando diz respeito principalmente aos processos relacionados à captura, armazenamento, recuperação de uma parcela do conhecimento tácito, o qual neste momento é reduzido à estruturas de informação.”

“São vários os modelos identificados na literatura para o estudo da gestão do conhecimento. A análise desses vários modelos ao longo do estudo fundamentou a consideração de que a gestão do conhecimento engloba práticas da gestão da informação, muito embora não possa ser confundida nem tampouco reduzida a ela.”

“Entretanto, quando se tem em questão o conhecimento tácito de fato, a gestão do conhecimento é responsável pela condução dos processos relacionados ao fluxo e apropriação do conhecimento. Este, por seu turno, não pode ser manipulado, no sentido estrito da palavra.”

“A teoria embutida no referencial teórico sugere, em um primeiro momento, que a comunicação científica é crucial para a gestão do conhecimento científico.”

“O referencial teórico, criado a partir da discussão dos conceitos de conhecimento científico, comunicação científica, gestão do conhecimento, cultura científica/organizacional e suas inter-relações, norteou a construção do modelo teórico de gestão do conhecimento científico em sua vertente tácita e explícita, tendo por base os processos de comunicação científica.”

“A metodologia empregada no estudo envolveu diferentes momentos. Inicialmente, foi construído, com base na análise crítica da literatura e extração de conceitos, o referencial teórico constituindo o modelo da pesquisa.”

“O modelo conceitual de gestão do conhecimento científico proposto foi, portanto, delineado a partir da construção teórica realizada a partir da literatura e de entrevistas realizadas com pesquisadores-docentes de diferentes áreas do conhecimento.”

“A gestão do conhecimento científico no contexto acadêmico pode ser estudada a partir de duas perspectivas distintas. A primeira perspectiva, a vertical, diz respeito ao âmbito das comunidades científicas.”

“A relação conceitual entre os principais elementos do modelo fundamenta-se no pressuposto de que a gestão do conhecimento em comunidades acadêmicas, no caso uma universidade, tem como substrato os processos de comunicação científica e a cultura científica/organizacional.”

“Cabe ressaltar que, no modelo conceitual proposto, a validação não é levada em consideração como processo de gestão do conhecimento, muito embora esteja presente em vários modelos da literatura.”

“O modelo de gestão do conhecimento proposto tem nos processos de comunicação científica seu substrato e elemento crucial.”

“No modelo conceitual de gestão do conhecimento proposto, a relação entre o processo de criação e o elemento macro comunidades científicas dá-se em razão de que o input de conhecimento para a gestão do conhecimento, além de ser interno, no âmbito da própria comunidade acadêmica, é externo, tendo em vista que cada vez mais pesquisadores vinculados a diferentes instituições produzem cada vez mais em colaboração.”