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quinta-feira, 2 de junho de 2011
3º FICHAMENTO
Ambulatório de genética médica na Apae: experiência no ensino médico de graduação
Débora Gusmão MeloI; Marcelo Marcos Piva DemarzoI; Jair Huber
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022008000300015&lng=pt&nrm=iso
“Este trabalho relata uma experiência de ensino cujo objetivo foi oferecer formação significativa e integradora na área de genética médica aos graduandos de medicina do Centro Universitário Barão de Mauá. Para isto, em 2005, foi estruturado um ambulatório de genética médica na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) do município de Jardinópolis (SP), como parte do estágio de internato em Saúde Coletiva e Medicina da Família e Comunidade, realizado nos serviços de saúde desse município”
“No contexto histórico brasileiro, a construção e a homologação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN)2 para os cursos de graduação em saúde se somam ao movimento de construção de um novo paradigma, um novo modelo de assistência em saúde, o da integralidade. Políticas mais recentes aproximam os ministérios da Saúde e Educação para ações coordenadas que reduzam as distâncias entre as escolas, os serviços de assistência à saúde e a comunidade (Aprender SUS, Promed, Pró-Saúde)”
“Nesse contexto, a genética é reconhecida oficialmente como uma ciência clínica e laboratorial, refletindo, assim, a consciência, dentro da classe médica, de sua importância na educação e prática de saúde9. Desde então, o crescimento exponencial dos conhecimentos da genética vem sendo gradativamente absorvido nos currículos de graduação da área da saúde”
“Todas as doenças têm um fundamento genético, com a possível exceção de algumas formas de traumatismos”
“Para reverter esta situação, algumas propostas práticas e condizentes com a realidade brasileira já foram apontadas. Entre elas destacam-se: necessidade de campanhas educacionais sobre fatores de risco para deficiências, como, por exemplo, o controle do uso de álcool por mulheres gestantes; a vacinação contra a rubéola das mulheres em período fértil e o controle, nas meninas, do uso de teratógenos, como talidomida, misoprostol e tretinoína; a conscientização do fato de que de 2% a 3% dos nascimentos geram crianças com defeitos congênitos e que no Sul-Sudeste as anomalias congênitas representam as primeiras causas de mortalidade infantil (como nos países desenvolvidos); o apoio às instituições de atenção aos deficientes para o correto estabelecimento do diagnóstico etiológico e realização adequada do aconselhamento genético não-diretivo; o incentivo para que todas as crianças com defeitos congênitos recebam avaliação genética; a avaliação da genética de todos os casais com perdas reprodutivas e/ou dificuldades de fertilização; e o estímulo para que todas as faculdades da área da saúde abordem os conteúdos de genética médica em seus currículos16.”
"Em 2003, a disciplina de Saúde Coletiva começou a ser ministrada ao corpo discente da primeira à sexta série do curso médico. O objetivo principal da disciplina é dar ao estudante a oportunidade de traçar um perfil epidemiológico da população com que irá atuar, conhecendo as dificuldades e expectativas desta população e os fatores determinantes no processo saúde-adoecimento daquela localidade; desenvolvendo, junto a ela, atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças; auxiliando também no processo de recuperação da saúde; e, finalmente, criando sólidos vínculos com as pessoas e suas famílias, que, no futuro, serão os objetos de sua atenção profissional, além de entender a dinâmica e as peculiaridades do sistema de saúde local e nacional”
“De forma sucinta, a disciplina de Saúde Coletiva atualmente envolve os módulos de Saúde Coletiva I e II - Introdução à Saúde Coletiva e à Epidemiologia (1ª série); Saúde Coletiva III - Comunicação em Saúde (2ª série); Saúde Coletiva IV - Epidemiologia Básica e Aplicada (3ª série), Medicina de Família e Comunidade (4ª série) e Treinamento em Serviço (Internato, 5ª e 6ª séries)19.”
“Tem o objetivo de promover a capacitação em genética médica dos estudantes de medicina do CBM, buscando o entendimento do papel da comunidade como sujeito e não como objeto das ações de saúde e estimulando atividades intersetoriais. Procura-se também contribuir para a democratização do conhecimento no processo saúde-adoecimento com enfoque na genética e para o entendimento das relações políticas, sociais e familiares que envolvem o paciente com doença genética”
“O presente relato refere os resultados das atividades dos estudantes ao longo destes dois anos de experiência com o ambulatório de genética médica. Este trabalho foi avaliado e autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Barão de Mauá (Protocolo 185/2007).”
“No Ambulatório de Genética Médica da Apae de Jardinópolis procurou-se utilizar os pacientes com problemas genéticos para o treinamento clínico dos estudantes na perspectiva acima. No entanto, os estudantes foram, todo o tempo, estimulados a terem o foco "no paciente com doença genética" e não "na doença que o paciente tem", desenvolvendo o pensamento genético aplicado ao cuidado integral do indivíduo e de sua família.”
“Os ministérios da Saúde e Educação têm mobilizado esforços no sentido de reorientar o modelo assistencial brasileiro, conforme preconizado pela Reforma Sanitária, entendendo que a consolidação do Sistema Único de Saúde depende, também, da revitalização dos projetos pedagógicos dos cursos de graduação em medicina”
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